sexta-feira, junho 04, 2004

eclipse cerebral

Tenho andado um bocado...como é que hei-de colocar isto...é mais um estado - emptyness. Pareçe que tudo o que faço ou digo, ou me dizem, fica colocado numa gaveta cuja chave está em parte incerta. Passo por alguém que conheço e quando passo para os cumprimentos da praxe, a máquina encrenca..."então ... humm...tás fixe?". O mesmo se passa com papeladas e merdas memoriais similares. For instance, vou para pagar a conta do Marchê, passo o cartão, marco o código e ouço a Joana, "Diogo, essa é a matrícula do carro". "Ah... (sorriso imbecil e uma empregada a olhar, também imbecil mas sem o sorriso)"
Acho que para isto muito contribui a minha mais recente decisão. Abandonei definitivamente a imprensa, seja ela diária, regional, semanal ou de conteúdo anal. Claro que já tomei esta atitude algumas 500 vezes desde que descobri o "gatekeeper", esse personagem irreal que MacLuhan e seus pares resolveram criar no pós segunda guerral mundial. Uma coisa recente, portanto. Como não gosto de censores e acho que os editores só fazem sentido no tratamento do lazer, agora só leio revistas. E além da muy estimada Black Book (do melhor da contra-cultura americana e uma verdadeira colectânea de sentidos através da leitura), tenho viajado com a Blue e comido com a Gula. Exceptuando a primeira, tudo coisinhas muito leves e boas para o Verão.
Como sabemos que todas as dietas informativas precisam de um doce at the top, no passado Domingo, eu e o compañero Zé Pedro passámos a tarde a ver um DVD fantástico dos Pixies, com um concerto de 87 e extras mesmo à medida do queijo da serra que um dos companheiros resolveu abandonar lá por casa. E só agora começo a ganhar alguma hierarquia de ideias. Não que se note, claro.